Só depois da morte de um preso político, Cleriston Cunha, quando se encontrava na penitenciária da Papuda, Alexandre de Moraes se comoveu e soltou um lote de outros prisioneiros que estavam sob o mesmo risco de saúde. Ao mesmo tempo, do outro lado do mundo, o grupo terrorista Hamas soltava uma leva de reféns.
Os reféns de Moraes foram aprisionados por questões políticas e ideológicas. Os judeus foram seviciados pelas mesmas questões, acrescentando a disputa religiosa. Nos dois casos, a intolerância ao pensamento diferente. Na mesma raiz, o autoritarismo. Moraes promoveu a sua jihad pessoal contra os ímpios bolsonaristas que, no deserto calvo de seus pensamentos, não passavam de antidemocráticos.
As vítimas do terrorismo nos kibutz foram torturadas, estupradas e mortas – outras tomadas como refém – simplesmente por serem judias e ocuparem um espaço que os agressores reivindicam. As vítimas brasileiras, principalmente quem perdeu a vida, sofreram as atrocidades judiciais simplesmente porque estavam num local que se diz a casa do povo (mas o comando é da elite) para manifestação.
Hamas soltou reféns depois da pressão das armas, mas ainda negociou a troca de prisioneiros palestinos. Israel condescendeu soltar bandidos em troca da vida das vítimas, diante da pressão internacional. Até o pigmeu diplomático de nove dedos se posicionou contra os judeus, deixando de lado o único estado democrático do Oriente para apoiar a ditadura que se impôs na Faixa de Gaza.
Moraes soltou os prisioneiros, enjaulados sem sequer terem sido julgados, pela pressão política e por querer afastar de suas costas mais alguns cadáveres sob sua responsabilidade.
Enquanto vemos um ministro que se transformou em verdugo, agindo com crueldade, o máximo de rigor, para réus primários, o país vê a bandidagem tomando conta, feito arrastão, por becos e vielas, mas também no calçadão de Copacabana e em cada esquina do Brasil. Além disso, vê-se o crime organizado ser recebido com salamaleques (bancados com recursos públicos) por corredores e gabinetes da República.
Enquanto pessoas de bem sofrem as agruras judiciais infligidas pela mais alta corte do país, a bandidagem avança. Enquanto milhares de cidadãos são “reeducados” na Colmeia e na Papuda, não se vê na prisão um único condenado por corrupção. Voltaram à cena do crime. Nesta semana, o juiz da Lava Jato livrou José Dirceu. E alguns prósperos próceres de facção voltaram às ruas.
Está claro como a luz do sol, clareira luminosa nesta escuridão: aos inimigos, os rigores da lei; aos inimigos, os favores do rei. De preso neste país, só os reféns de Moraes, que rima com Hamas.
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